- Esferas Qlippóthicas
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Esferas Qlippóthicas
Quando pessoas veem algo como belo, outras coisas se tornam feias.
Quando pessoas veem algo como bom, outras coisas se tornam más.
Tudo na Criação tem seu reflexo obscuro. Embora não seja exatamente verdade, essa lógica se mantém no que tange às Esferas. Cada Esfera tem seu lado negativo, chamado de Qlippóthico. Chamadas também de Nove Chaves do Inferno ou Nove Hálitos do Absoluto, Qliphoth significa casca. No Cabalismo, se refere à desintegração dos mundos anteriores. Enquanto um Desperto tenta forçar sua Vontade para alterar ou adicionar algo à Trama, um Nefandi tenta negá-la. As Esferas funcionam de maneira inclusiva, e as Qliphóticas de maneira exclusiva. As Esferas Qlippóthicas agem contra a Realidade, ao invés de simplesmente tentar alterá-la. Devido a isso, o uso delas torna seu praticante deveras suscetível ao Paradoxo. Sua prática é basicamente uma inversão da mágika Tradicional. Não há uma diferença real no funcionamento das Esferas, em termos de regras, excetuando-se o caso do Paradoxo, explicado acima. A diferença está no mago. Um Nefandi tem seu Avatar retorcido, e toda a experiência da passagem pela Coifa altera-o, permitindo uma aproximação diferente das Esferas. Assim como seu Avatar foi virado ao contrário, ele pode também usar as Esferas ao contrário, por assim dizer. Em tese, qualquer outro Desperto poderia realizar Efeitos se valendo de Esferas Qlippóthicas, mas, como percepção e intenção guiam a mágika, a diferença no ponto de vista as torna uma exclusividade dos Nefandi.
Correspondência Qlippóthica
Correspondência é baseada na ideia de que tudo é conectado. A Correspondência Qlippóthica reconhece isso, e extrapola o conceito, notando que se algo é destruído, tudo o mais é tocado por essa destruição. Mágika baseada nessa Esfera busca a propagação de decadência de uma coisa para a outra, e assim, destruindo um aspecto da Realidade, enfraquecer todos os outros. O uso mais típico envolve arrancar pedaços do próprio espaço, ou destruir o espaço entre duas coisas. Sendo o espaço entre duas coisas inexistente, o Decaído pode facilmente atravessar de um lado para o outro. O efeito visual de tal ato normalmente se manifesta como se houvesse um rasgo no espaço, ou então com o mago subitamente desaparecendo dentro de uma estreita fenda espacial, como se sugado por ela.
Entropia Qlippóthica
Para um mago comum, Entropia usualmente representa a inexorabilidade do desenvolvimento e dos mecanismos da probabilidade. Para um Nefandus, é a inevitabilidade da decadência e dos mecanismos do azar. Possivelmente uma das Esferas preferidas dos Nefandi, eles a usam prazerosamente em seus aspectos mais destrutivos. Ressonância Entrópica naturalmente contamina qualquer coisa que um Nefandus faça, e a grande maioria tem ao menos conhecimentos rudimentares da Esfera. Afinal, destruição é seu trabalho. E prazer. Normalmente, Entropia é usada como mecanismo de reciclagem, como evidenciado pelas práticas dos Eutanatos. Sua versão Qlippóthica, por outro lado, não se importa com tais conceitos. É destruição em sua forma mais primal. Entropia Qlippóthica é usada para destruir. Pessoas, estruturas e até mesmo ideias, conceitos e esperanças, as obliterando completamente. É uma destruição tão completa que não deixa espaço para renovação, nenhuma semente de esperança, apenas um amargo vácuo, desolação completa.
Forças Qlippóthica
Se Forças é a representação de energias e poder, Forças Qlippóthica é o exato oposto disso. É o frio que engole as chamas, o silêncio que cala o trovão. Os Nefandi com isso tem uma defesa altamente efetiva contra o uso de Forças com isso. Armas Tecnocratas e canalizações energéticas Tradicionalistas são drenadas de seu poder e enfraquecidas pelo uso nefândico da Esfera. Além disso, essa afinidade dá aos Nefandi uma tendência a se fiar em Efeitos que escondem ou distorcem — um Nefandus normalmente tem habilidade no uso de Rotinas que o tornam invisível (distorcendo a refração de luz), voo (negando a gravidade) ou paralisia (absorvendo a energia cinética). Mais ainda, alguns Nefandi são bons em usar esse tipo de energia negativa para ataques, com rajadas de energia negativa, bolsões de imobilidade capazes até mesmo de parar funções corporais e causar frio suficiente para congelar ossos — literalmente.
Vida Qlippóthica
Vida Qlippóthica é crescimento da maneira ruim. Câncer é uma das melhores maneiras de ilustrar isso, assim como parasitismo. As coisas nascidas através dessa Esfera são vibrantemente doentias, impregnadas de monstruosidades informes, numa abundância que consome a si mesma. Teratogênese pura. A aproximação Nefandi da Vida são pragas e parasitas, e eles se alimentam do uso tradicional de Vida da mesma maneira que um carrapato suga o sangue de seu hospedeiro. Pesquisadores familiares com os Nefandi argumentam que Vida Qlippóthica vem dos próprios mestres sombrios destes, criaturas que desejam o fim da Criação, e veem todas as coisas vivas como cânceres a serem extirpados. Como toda forma parasítica, a mágika de Vida Qlippóthica se alimenta de outras coisas vivas até sugar de toda energia vital, então entrando em inanição e morrendo elas mesmas. Criações nefândicas de Vida dificilmente lembrar qualquer coisa mundana, parecendo mais algo saído dos pesadelos de H.P. Lovecraft. Usos comuns disso são tumores malignos que despejam no organismo hospedeiro estimulantes poderosos, mas que ao mesmo tempo consomem seu sangue e os devastam por dentro, ou então deixam vírus ou minúsculos parasitas no ar, esperando a possibilidade de atacar o próximo coitado que entrar em contato, os infectando.
Matéria Qlippóthica
O reflexo negro da Esfera da Matéria, como um mago definiu, é pegar grandes realidades e quebrá-las em pedacinhos. Matéria Qlippóthica é a mágika de quebrar as coisas e reduzi-las aos seus componentes primários. Ela pode criar, mas suas criações são coisas quebradas, desiguais. Muitas vezes, são como uma estátua formada de uma única rocha — o Nefandus desbasta a Criação em pedacinhos até que sobre aquilo que ele deseja. Os Nefandi que usam a Matéria Qlippóthica tendem a gostar de Efeitos poderosos e massivos, como rituais para escavar um túneis em seus Labirintos ou criar estátuas ciclópicas em honra de seus mestres sombrios. Ouro de tolo — criações de matéria que parecem uma coisa, mas na verdade são outra — é um passatempo comum entre eles. Um Nefandus sem as habilidades para criar, por exemplo, um diamante, pode criar algo que se pareça exatamente com um diamante, para assim enganar os tolos Adormecidos.
Mente Qlippóthica
A Esfera da Mente Qlippóthica procura a negação do sentido de si mesmo e toda forma de consciência, e não de um bom jeito. Manifestações dessa Esfera erradicam o pensamento consciente e identidade, e quebram barreiras de personalidade (podendo assim tornar uma pessoa boa em um assassino psicótico). Também é usada de maneira a violar a senciência alheia e destruir memórias, e criar tábulas rasas. A maioria dos magos não percebe o verdadeiro poder destrutivo dessa Esfera até experimentarem seus efeitos. Efeitos de Mente Qlippóthica especializam-se na remoção de pensamento, vontade e emoções. Não raro, aqueles que tentam invadir um Labirinto para purgar o mal que ali se encontra, se veem questionando seus motivos, se tornando confusos e desorientados, desencorajados, discutindo com seus parceiros e possivelmente completamente desmoralizados. Mente Qlippóthica causa todos esses efeitos: Emoções e os laços que as ligam definham; planos são obscurecidos até que não mais existam; vontade livre e a energia para perseguir objetivos são destruídos. Até que os peões dos Nefandi se tornam nada mais do que escravos sem vontade própria, cascas vazias capazes de pouco mais do que seguir ordens dadas.
Primórdio Qlippóthico
Primórdio pode ser a pura matéria básica da Criação, mas Primórdio Qlippóthico é a pura energia destrutiva. É o poder de destruição desenfreada, é a ausência do Primórdio (ou de Deus, dependendo de para quem você pergunta), e seu uso é como o toque do Vazio. O uso nefândico pode alcançar os mesmos efeitos que os de Primórdio utilizado por outros magos — negação pode alimentar ataques que agem contra o Padrão, e o Nefandi pode facilmente roubar a Quintessência de lugares ou objetos de poder. Ainda mais perigoso, ataques nefândicos de Primórdio poder destruir até mesmo o Avatar de um mago. Ainda que o Gilgul permaneça como domínio de Mestres e Arquimestres, um Nefandus com suficiente Primórdio pode romper a Quintessência de algo, pode fazer o mesmo com um Padrão pessoal — o Nefandus pode realmente violar a santidade do Avatar de um mago e roubar sua Quintessência pessoal. Felizmente, as manipulações dos Nefandi do Primórdio tendem a ser ineficazes. Nefandi que manipulam Quintessência não raro drenam uma grande quantidade de Quintessência sem muito lucro — seja drenando de um Nodo ou Sorvo, o Nefandus normalmente consegue apenas metade daquilo que um mago não corrompido conseguiria.
Espírito Qlippóthico
Espírito Qlippóthico não é sobre o delicado equilíbrio entre o mundo espiritual e o mundo material. Ao invés disso, ele se concentra em quebrar a efêmera e com a profanação da matéria espiritual. Mágika de Espírito Qlippóthico é usada para compelir e forçar espíritos, sendo possessão forçada uma das práticas preferidas. A grande ameaça que vem de Espírito Qlippóthico, claramente é a de destruição. Depois dos efeitos de passar por uma Coifa, os Nefandi veem a Tempestade de Avatares como uma piada. Um Nefandus pode forçar obediência de muitos espíritos meramente pela ameaça de atravessar a Película e drenar um espírito de sua energia para sempre — efetivamente o destruindo completamente. Proteções espirituais e instrumentos usualmente focam-se em finalidades similares: O Nefandus cria proteções que drenam efêmera ao contato com a mágika, assim forçando os espíritos em padrões e limites específicos. Ainda que nem todos os espíritos tenham senso de autopreservação, aqueles inteligentes o suficiente podem perceber o perigo permanente que um Nefandus representa. E, é claro, com tempo e esforço suficientes, um Nefandus pode refazer a motivação e natureza de um espírito para que ele também se torne uma entidade da negação e um servo solícito
Tempo Qlippóthico
A frase Tempo Qlippóthico soa como uma piada ruim, mas seus efeitos estão bem longe disso. O lado sombrio da Esfera do Tempo é a mágika de entalhar dissolução e de arestas afiadas de tempo, de lugares aonde o curso natural dos eventos se despedaça. Iniciados nessa Esfera podem remover uma vítima para fora do tempo ou acelerar a maneira como o tempo corre para ela, ou mover-se pelos pontos fracos no tempo, causando tanta devastação quanto lhes for possível. Relatos contam sobre Nefandi que desaparecem no momento em que são derrotados ou subitamente aparecendo sobre o cadáver de um oponente já esfriando. A Esfera do Tempo Qlippóthico é, literalmente, o Fim de Todas as Coisas: é o terminus, o final da linha do universo, em que o tempo deixa de existir. Magos presos em Labirintos costumam relatar que perderam todo o sentido de tempo, até mesmo os sentidos místikos, como se o lugar houvesse sido desviado do fluxo temporal. Nefandi poderosos costumam criar seus próprios lugares fora dos limites temporais, onde causa e efeito se quebram e somente os caprichos do Decaído ditam a influência do relógio. Tais locais são obviamente desorientadores ao extremo. Alguns magos contam sobre visões de seu passado ou futuro, empilhando-se numa cacofonia terrível, como se o mago tivesse morrido e visse os piores momentos de sua vida em um único momento.
Ageu337- Mensagens : 551
Data de inscrição : 22/11/2018
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